top of page

Dicas para um relatório que todos entedam


E aí pessoal! Tudo bem?

No vídeo de hoje gostaria de tratar de um assunto muito especial para os metrologistas:

A Clareza dos Relatórios Dimensionais.

Muitos profissionais reclamam da dificuldade de interpretar os dados lançados num relatório dimensional. E eu concordo!

Conheço muitos metrologistas com vasta experiência que conseguem executar excelentes medições. Entretanto, na hora de colocar no papel, se esquecem de que não serão somente eles a analisar os resultados.

Problemas de identificação de cotas, regiões medidas, vistas 3D, sequência de pontos, são falhas recorrentes que encontramos por aí.

Alguns metrologistas esquecem que o Relatório Dimensional é o produto final de seu trabalho. É a cereja do bolo. É nesta etapa que o metrologista põe no papel toda sua competência.

Geralmente, os clientes não acompanham as medições. Eles só ficam com o relatório. É com isso que ficam do seu trabalho. Não importa o quão meticuloso o processo de medição foi. No final, só levam o relatório.

Ele é como um currículo do metrologista. Relatório bem feito é sinônimo de Metrologista qualificado!

Sendo assim, vou dar aqui algumas dicas que podem fazer seu relatório melhorar a sua reputação. Vamos lá.

- Saiba quem é o cliente.

Todo serviço de metrologia tem um solicitante. Este é o seu cliente.

Suas necessidades de informação dependem de qual área ele trabalha como exemplo Qualidade, Engenharia, Processo, Produção, etc.

Por exemplo: um profissional da área de engenharia que solicite um dimensional, pode querer resultados voltados para a comprovação de um teste feito no desenvolvimento de um produto como springback, estiramento de chapa, empenamento de injeção plástica, etc.

Já um profissional da área de Qualidade, pode querer resultados voltados para os requisitos do cliente externo dele, já que os relatórios serão submetidos para aprovação.

Um profissional de produção, pode querer uma resposta mais simples para uma necessidade urgente. Um relatório muito complexo pode não lhe oferecer as respostas necessárias.

Enfim, conhecer o seu cliente é o primeiro passo para emitir um bom relatório.

- Entenda o que o cliente espera da medição

Uma vez que você já sabe qual é o tipo de cliente, precisa entender perfeitamente o que ele quer da medição. Mesmo que seja o mesmo produto e o mesmo solicitante, as necessidades podem ser diferentes.

Imagine chegar ao término de uma análise, já com o relatório pronto e ao entrega-lo, o solicitante informa que a área que ele gostaria de analisar não foi medida!

Pior, imagine depois de fazer uma medição do tipo CEP, 125 amostras completas com todas as características e, no final, o cliente lhe informa que só precisava do estudo para uma característica apenas!

Quanto tempo jogado fora, não é?

Pois bem, para entender melhor o que o cliente necessita da análise, sugiro que você crie um formulário simples, com perguntas estratégicas que o oriente antes de começar a fazer a medição.

Algumas empresas por onde passei já trabalham com esse formulário. É preenchido pelo solicitante no momento em que requisita a medição. Nele são listadas todas as informações da amostra inclusive quais regiões devem ser medidas.

Porém não se limite a um formulário apenas!

Acredito que 5 minutos de conversa entre o metrologista e o solicitante antes da medição, também são necessários.

Um pescador escolhe sua rede de pesca dependendo do que ele quer pescar. Para peixes grandes, a malha da rede deve ter furos grandes. Do contrário, tudo o que estiver na água ficará preso na rede e ele não terá força suficiente para tira-la da água.

Monte sua rede antes de começar a medição. Você ficará surpreso com quanto tempo economizará!

- Identifique corretamente as características inspecionadas

Muitos relatórios não identificam número das cotas, regiões inspecionadas, tolerâncias, etc.

Esse é um dos grandes motivos de reclamações.

Sem essas identificações fica praticamente impossível interpretar os resultados de um relatório dimensional.

Não economize tempo na hora de identificar as características medidas. Faça uma correlação entre seu relatório e o desenho.

Facilite a vida de quem vai analisar seu trabalho!

- Crie uma sequência lógica na apresentação dos resultados

Tenho visto alguns relatórios em meus clientes e parceiros que não apresentam uma sequência lógica das características medidas. Uma perfeita sopa de letrinhas!

Imagine que uma mesma região de uma amostra está representada de diversas maneira, em diversas páginas.

Ou medições de superfícies misturadas com elementos geométricos, secções, etc... Um bagunça!

A falta de uma sequência lógica dos resultados apresentados dificulta a análise e compreensão do relatório. Por fim, seu relatório terá tanta relevância quanto aquele recadinho no papel de pão.

Uma sugestão que posso dar é a seguinte sequência:

- Capa com informações técnicas da medição, amostra e dados de referência.

(Prometo fazer um vídeo só sobre capas de relatórios).

- Alinhamento

- Elementos geométricos

- Superfície

- Contorno

- Secções

- Cotas 2D (em casos onde as cotas são mais importantes, elas devem vir após a página de alinhamento.

Experimente remodelar o formato do seu relatório e pergunte aos seus clientes o que acharam.

Lembre-se que eles é quem tem de gostar do seu relatório.

- Apresente vistas claras das regiões inspecionadas

Em alguns momentos eu revejo meus primeiros relatórios da carreira e me surpreendo. Nem eu mesmo entendo o que coloquei naquelas páginas.

Vistas com muito zoom aplicado, figuras em wireframe, regiões medidas apresentadas por trás da figura. Nossa.... Um perfeito mistério para ser solucionado pelos clientes.

Apresentar as regiões inspecionadas de forma clara é uma premissa que não deve ser deixada de lado.

Ela facilita o entendimento do resultado e orienta na tomada de decisão.

Nos programas de medição atuais existem muitos recursos de vistas de relatório.

Aproveite esses recursos. Use vistas reinderizadas.

Evite ao máximo cruzar linhas de chamada de elementos e cotas.

Não economize na quantidade de páginas de relatório. Insira no máximo, 20 pontos por página e crie várias páginas se for o caso.

Use fontes de letra clara e de tamanho adequado. Alguns relatórios serão analisados depois de impresso e o cliente não terá o recurso do zoom do Windows para ler os resultados.

Não apresente pontos por trás das vistas. Dificilmente o cliente conseguirá adivinhar de onde aquele ponto saiu.

- Crie Croquis para facilitação do entendimento

Algumas características são extremamente difíceis de serem interpretadas.

Nestes casos convém criar vistas especiais com um detalhamento maior para esclarecimento.

Lembre-se que você teve recursos de 3D para analisar a amostra. Seu cliente terá apenas vistas estáticas numa folha de papel.

- Aplique cores aos textos dos resultados.

Alguns clientes só conseguem interpretar relatórios por cores: verde ou vermelho.

São aqueles que estão mais preocupados em atender ou não os requisitos do cliente final. Eles estão mais presos as normas do que à funcionalidade da amostra.

Neste caso, utilize cores que identifique o atendimento dos requisitos como verde para aprovado e vermelho para reprovado.

Além de facilitar a vida destes clientes, você terá um relatório muito mais agradável que aqueles só com tinta preta.

Aqueles de vocês que dispõem de equipamento de medição por imagem ou varredura, abusem do tipo de relatório COLOR MAP.

Bom pessoal, espero que depois destas dicas vocês possam emitir relatórios mais claros e compreensíveis.

Lembrem-se que o relatório dimensional é o seu currículo. Capriche nele!

Um grande abraço.

Até o próximo vídeo.

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Google+ Basic Square
  • YouTube Social  Icon
bottom of page